segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quinta do Noval DOC 2007



Este superpremium desta  mítica quinta  do Douro tem sido amplamente aplaudido e elogiado não só pela comunidade enófila, sobretudo bloggers, mas também por parte dos chamados "profissionais", sendo que o reputado crítico Kim Marcus (Wine Spectator) não hesitou em afirmar tratar-se de um dos melhores vinhos que bebeu em 2009. Nós já havíamos provado o de 2008, que ficou em segundo lugar na edição deste ano da Essência do Vinho (atrás do Quinta da Romaneira e à frente do Quinta da Leda), que nos deixou muito boas impressões... Foi pois com grande ânimo que lhe fizemos saltar a rolha e o deixámos respirar convenientemente antes do atirarmos para o copo.

Muito fechado na cor, mostrou um intenso ruby embora fossem visíveis alguns tons violeta.


Muito fino de aroma, rico, uma tosta muito boa, muito suave (madeira superiormente integrada, portanto), fruta preta (com realce para a amora, ameixa também), algum café, mocca, um ligeiro toque de couro, a conferir maior complexidade ao conjunto, e uma leve nota química (tinta da china?:lembram-se da tinta da china que usávamos nas aulas de trabalhos manuais...um aroma em tudo idêntico).

A entrada de boca é gorda e gulosa, com a fruta a aparecer mais lá para o meio de boca e a confirmar as promessas deixadas no exame olfactivo e na entrada sumptuosa. O final, longuíssimo, é um pouco amargo (talvez do álcool, 14,5%) de início, sendo que mal esta sensação vai desaparecendo dá-se uma explosão de fruta, num final delicioso.

Preço: 40 

Nota de prova: Este blog não dá notas, e já ninguém se espanta com o facto! Como comentário final podemos dizer que só conseguimos apontar um defeito a este vinho (mas não é um defeito pequeno): o PREÇO. Não há dúvida que estamos perante um grande vinho, complexo, estruturado mas elegante, muito fino e rico...mas o PREÇO...parece-nos demasiado caro para o prazer que dá.

5 comentários:

  1. Meus caros, confirma-se que o que faz um bom vinho, por vezes, é mesmo a boa companhia com que o acompanhamos. Não fosse assim e este comentário seria um corropio de insultos a quem quer vender gato por lebre a uma exorbitância destas. Opiniões à parte - cada um gosta do que gosta - Não era vinho que voltasse a beber na minha vida! Tinha realmente uma cor muito bonita, e fruta na boca nem senti-la (nessa noite estava frio e isso pode ter-me afectado cá as rinites o que prejudica e muito qualquer tentativa de olfactar o que quer que seja!). E quando penso num vinho para recomendar a alguém uso sempre a técnica da balança: ora, não pode nunca pesar muito o facto de o vinho ter um aroma complexo, com uma interessante nota de couro (por ser tão ligeira!!) e uma cor sedutora... é que do outro lado, neste caso, estava um vinho muito quente, muito alcoólico e com um final que a mim me desagrada por completo: amargo, que, por ter um final longuíssimo, eleva exponencialmente o desagrado de quem bebe. Nem o meio de boca me agradou. Aliás, a minha melhor (pior) crítica porventura terá sido, no fim, deixar vinho no copo... Pode ser um vinho muito sopimpa para quem sabe, para mim, não valia €4 quanto mais €40! Boas provas, boa companhia, e vocês sempre com excelentes comentários para quem quer aprender e saber um pouco mais destas lides! Beijinhos! Parabéns!

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  2. É esta a beleza da coisa...pessoas diferentes gostam de coisas diferentes, mas o seu encontro é sempre rico, estimulante...numa palavra, delicioso.
    Quarenta euros parece-nos claramente um exagero. Não negamos que se trata de um bom vinho,mas quarenta euros...

    beijinho e obrigado pelas palavras carinhosas

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  3. Fine Wine Tasters, estou de acordo com a opinião da Ângela :-) Algumas 'vozes' poderão até dizer que estes comentários foram baseados no 'fato' de as mulheres gostarem de vinhos 'fáceis'. Este não é o caso, acredito que toda a gente tem um perfil de vinho que lhe agrade mais, preferindo eu um vinho que seja equilibrado, elegante. Este vinho tem uma entrada indiscutivelmente agradável (mas nada de extraordinário) e um final áspero, duro. É claro que as contas têm de ser feitas: num vinho de 2-5€ há espaço para 'desilusão'; de um vinho de 35-40€ espero sempre que corresponda às expetativas e não correspondendo então que as supere... Valeu o jantar pela comida maravilhosa e pela ótima companhia. Venham mais :-)

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  4. Com estes comentários, vou ali e já venho :):):)

    Agora a sério. A beleza do vinho é as diferentes sensações que deixam na alma de cada um de nós.

    Um néctar que nos deixa odiosos e alegres da sua própria identidade.

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  5. É verdade, Mário...paradoxalmente podemos dizer:no vinho a objectividade é subjectividade!

    belíssima até tua última frase, será (com a tua autorização) utilizada num dos próximos posts!

    Obrigado pela visita!Abraço

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