Bafarela Grande Reserva 2008 (14,5%), lote em que entram as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Foi com grande expectativa, ansiedade mesmo, que lhe vimos "saltar" a rolha. Com efeito, desde que o seu "irmão" (Bafarela 17) está na praça o nome deste produtor de S. João da Pesqueira, Brites de Aguiar, ficou sobejamente conhecido! A prova foi realizada na distinta Garrafeira das Artes, sita no Quarteirão mais in da cidade do Porto...Bombarda! Tudo se predispunha para uma matinée memorável: simpatia da anfitriã, bela companhia (esse Gourmet que responde pelo nome de António Magalhães e as elegantíssimas e experimentadas apreciadoras Ana Silva e Marlene Grande), e um vinho cotado. Passemos pois à consideração do "néctar" (e o uso das aspas para além de propositado, não constituí,na nossa opinião, qualquer exagero!):
Ao olhar este vinho apresenta-se limpo e com uma tonalidade ruby opaca, deixando notar a intensidade das extracções e uma (confirmaríamos no exame de boca) manifesta juventude.
No nariz surgiu completamente coberto pela madeira (era inicialmente o único aroma a sentir-se), muito serrim, alguma baunilha (pouco intensa), e muito álcool. Verdadeiramente cansativo...
Chegamos ao exame de boca já algo desiludidos, e assim continuaríamos até ao final. O vinho entra doce (sente-se muito intensamente o alcóol), não muito gordo, apresentando um meio de boca médio, com uns taninos bastante rudes (verdadeiramente violentos) a deixar uma sensação forte de adstringência (aspereza), e escorregando (o termo é aqui utilizado com toda a propriedade) rapidamente para um final chato e magro, em que só se sente a madeira ( cobre toda a boca), não muito bem integrada.
Nota de Prova: Este blog não dá notas, partilha momentos! É justo referir que partimos com elevadas expectativas para este vinho, o que poderá ter ditado uma análise mais austera...mas a verdade é que, mesmo que fossem mais baixas, o vinho sempre teria dificuldade em corresponder às expectativas. Até porque não é um vinho barato. Já sabíamos de algumas conversas com amigos que não estaríamos nunca perante um vinho fácil, mas ficámos profundamente desiludidos, sendo que a opinião generalizada é a de que se trata de um vinho desiquilibrado, praticamente madeira, álcool e acidez (algo exagerada) tudo separado, num conjunto pouco harmónico... No final restam os taninos (TIPO SERRIM) violentos, a amargar o fim de boca (e já agora, também um fim de tarde que se queria de deleite). Não melhorou com o tempo que o deixámos a respirar!
Talvez necessite de mais tempo de guarda (muito mais!) para poder revelar o enorme potencial que muitos lhe atribuem, e que francamente não denotou nesta prova.
Preço na Garrafeira das Artes: 10,50€
Nota: Não deixem de visitar esta maravilhosa garrafeira (a que dedicaremos um post muito em breve), e respirar a cultura vínica que por ali se passeia... Para quem estiver curioso pode espreitar aqui: http://www.garrafeiradasartes.com
Não posso esquecer-me de apontar o nome deste vinho... para não comprá-lo! Se o preço na Garrafeira das Artes é 10.50€, quanto será, por exemplo, num hipermercado?
ResponderEliminarOi Maria, de facto não foi a melhor das experiências! Este preço não andará muito longe do preço num qualquer hiper!Este é um dos pontos fortes desta Garrafeira!
ResponderEliminarmeu amigos acho que é desta que consigo comentar!! Em relação ao vinho em causa, nunca tal me passou pelo estreito (bem gostava fiquei curioso)..vi que não foi do vosso agrado sendo que tenho um entre aspas a fazer..existem outras maneiras de numa prova se dizer que o vinho não é do vosso agrado ,lembrem -se que por mais um blog de vinhos que seja este espaço devem sempre lembrar-se do produtor e nunca incentivar a não compra ou mesmo a não prova ..os gostos podem e serão sempre subjectivos e relembro so a titulo de exemplo na italia um vinho com aroma a suor a cavalo( 4- etil-fenol)é visto com bom agrado, afinal isto é um espaço publico que eu espero ter um enorme sucesso,!!
ResponderEliminarUm abraço deste vosso amigo e bebedor
João Magalhães
Caríssimo João, finalmente! Sê muito bem-vindo, é bom ter por aqui um bebedor distinto como tu. De resto, é bem pertinente o teu comentário. Contudo, e apesar de percebermos o teu ponto de vista, a verdade é que nós não queremos nem incentivar a compra, nem incentivar a não compra!Nós partilhamos experiências, momentos, sensações...e quando estas são más, acho que temos mesmo que dizer que são más!Sobretudo neste mundo, achamos que basta de paninhos quentes...E fazemos frequentemente a ressalva...que as opiniões são estritamente pessoais, subjectivas, e está longe do nosso pensamento fazer-nos passar por especialistas ou fazedores de opinião...Aliás, achamos que as pessoas devem comprar e experienciar por si, e vir aqui dar a sua opinião!:) Por cá também temos o Brett Edition da Herdade do Arrepiado, que muitos especialistas se recusaram sequer a provar (pq tem defeito) enquanto outros se deleitaram com a complexidade que a bretta confere ao vinho!Qual deles tem razão? Mas pensamos que, apesar de tudo, ainda voltaremos a este Bafarela para tira-teimas...talvez na tua companhia!
ResponderEliminarAquele abraço
Olá a todos! Vou fazer a prova deste vinho para tirar as minhas próprias conclusões. Apesar das críticas e comentários pessoais aos vinhos,os gostos serão sempre subjectivos, como diz o João e muito bem! Prometo que após a minha experimentação venho aqui dar a minha opinião pessoal! beijinhos
ResponderEliminarE como nós dizemos!É essa a atitude, Cristiana!Aliás, estamos disponíveis para te acompanhar nessa prova!:)
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