Decanter Linguístico

A

Acético
Vinho com problemas de conservação, atacado pelas bactérias acéticas. Apresenta aroma e sabor azedos ou avinagrados, devido a uma acidez volátil excessiva.

Acidez
Componente essencial do vinho, importante para o seu equilíbrio e conservação. Para a acidez de um vinho contribuem os diferentes ácidos provenientes das uvas e da fermentação.

Acidez total
É a soma da acidez fixa e da acidez volátil.

Acidez volátil
É constituída essencialmente pelo ácido acético e por um dos seus derivados, o acetato de etilo. É sobretudo este último que, em quantidades excessivas, é responsável pelo gosto avinagrado que pode surgir em alguns vinhos.

Ácido málico
Componente natural do vinho. Durante a fermentação maloláctica é transformado em ácido láctico.


Ácido tartárico
É o ácido mais importante dos ácidos fixos do vinho e representa 1/3 ou 1/4 do total. A sua concentração diminui pela precipitação sob a forma de cristais de bitartarato de potássio e de tartarato neutro de cálcio. Por vezes é necessário adicionar este ácido, em casos de vinhos com escassez de acidez, dado ser um dos principais responsáveis por uma boa qualidade global do vinho.

Açúcar residual
Açúcar proveniente do mosto não transformado em álcool durante a fermentação. Por forma a garantir um vinho com alto teor de açúcar muitas vezes opta-se por parar o processo de fermentação. Esta interrupção da fermentação pode conseguir-se através da adição de aguardente, casos do Vinho do Porto e outros generosos, ou pela adição de anidrido sulfuroso.

Adstringência
Resultado dos taninos, em especial nos vinhos novos, que tende a diminuir com o passar dos anos; manifesta-se através de uma sensação áspera na boca.

Álcool
É o principal constituinte do vinho, depois da água, e resulta do processo de fermentação onde pela acção de leveduras o açúcar das uvas é transformado. Álcool etílico ou etanol são os nomes por que são conhecidos os álcoois naturais de um vinho.

Amanteigado
Sensação presente na boca, com vinhos de textura macia e untuosa.

Anidrido sulfuroso
Evita a formação de micro-organismos prejudiciais ao vinho e favorece a sua longevidade. É usado como anti-séptico, anti-oxidante e conservante.

Aroma
Conjunto de sensações olfactivas produzidas pelas substâncias presentes no vinho. Embora o termo seja normalmente entendido apenas como “odor” (percebido directamente por via nasal), na verdade o aroma chega-nos também por via retronasal, isto é, quando o vinho se encontra na boca.

Aroma primário
Aroma proveniente das uvas utilizadas na vinificação. Manifesta-se sobretudo em vinhos jovens, aos quais confere características frutadas. Também chamado aroma varietal.

Aroma secundário
Aroma decorrente da fermentação, que desaparece passados 1 ou 2 anos.

Aroma terciário
Aroma adquirido após o estágio em barrica ou envelhecimento em garrafa, também chamados aromas de "bouquet". Pode ser necessário esperar alguns anos para que o "bouquet" de um vinho se revele.

Avinagrado
Vinho que apresenta um odor ou sabor a vinagre.

Azoto
Gás inerte utilizado na conservação de vinhos. Alimento indispensável à videira e ao crescimento das leveduras durante a fermentação alcoólica. 

B
Bacelo
Termo utilizado para designar a planta-base ou pé da videira no qual se faz a enxertia com a casta desejada. Também chamado porta-enxerto. Em finais do século XIX, a enxertia em pé de videira americana passou a ser uma operação comum, já que esta era mais resistente a ataques de filoxera.

Bactérias
Microrganismos unicelulares que podem ter efeito benéfico, por exemplo, as bactérias lácticas, responsáveis pela fermentação maloláctica; ou prejudicial, como as bactérias acéticas responsáveis pelo sabor avinagrado no vinho.

Bag-in-Box
Embalagem para armazenamento e transporte de líquido. Consiste num saco plástico resistente que é colocado dentro de uma caixa de cartão. Depois de cheia a embalagem é selada. O conteúdo sai através de uma torneira.

Bagaço
Parte sólida do cacho (engaço, películas e grainhas) que restam após prensagem das uvas. É a partir deste que se obtém, por destilação, a aguardente de bagaço.

Balsa
Vasilha de madeira, também chamada balseiro, destinada ao transporte e posterior fermentação das uvas depois da pisa. O termo também é utilizado para referir o mosto em fermentação com o bagaço.

Balsâmico
Aroma a eucalipto, pinheiro, etc que pode ser encontrado nos vinhos.

Bardo
Forma de condução das vinhas que consiste numa linha de esteios que suportam 4 a 6 arames. As videiras plantadas começam a frutificar á altura do primeiro arame.

Bâtonnage
Remoção periódica de leveduras que se depositam no fundo dos cascos. Este processo favorece aromaticamente os vinhos prevenindo a oxidação sendo utilizado no fabrico de vinhos brancos fermentados em cascos novos.

Bica aberta
Processo de vinificação, também chamado vinificação em branco, geralmente usado na produção de vinhos brancos e roses. É uma técnica em que a fermentação se realiza no mosto, separado das partes sólidas da uva (engaço, películas e grainhas).

Borras
Partículas sólidas que se depositam no fundo dos recipientes que contêm o vinho.

Botrytis cinerea
Fungo que ataca a uva. Provoca maiores concentrações de açucares originando por isso mesmo vinhos doces. É o fungo causador da podridão nobre. Este fungo penetra no bago sem lhe estalar a pele e a sua acção suprime grande parte da água e muito pouco açúcar. Em resultado desta acção, o açúcar e a glicerina aumentam. As condições climatéricas são de grande importância para o seu desenvolvimento, pois necessita de elevado grau de humidade do ar alternando com tempo seco mas sem excesso de calor.

Bouquet
Conjunto de aromas terciários, que se desenvolvem ao longo do estágio do vinho em madeira ou do envelhecimento em garrafa. Está presente sobretudo nos vinhos velhos, embora muitas vezes se use o termo para designar o aroma geral dos vinhos. 

C
Casco
Recipiente construído em madeira que serve para o transporte e envelhecimento de vinho. Em Portugal a sua capacidade varia normalmente entre os 700 e os 850 litros.

Casta
Nome dado á videira que produz uvas com certas características. Na prova, usa-se para designar aromas e sabores específicos da uva que deu origem a determinado vinho.

Cava
Operação que consiste na mobilização do terreno em que estão plantadas as videiras ou também utilizado como designação para espumantes em Espanha. 

Chaptalização
Adição de açúcar ao mosto durante o processo de fermentação, de forma a aumentar o teor alcoólico do vinho. Este método é utilizado essencialmente em zonas frias.

Clarificação
Processo de eliminação das partículas sólidas que se encontram em suspensão no vinho, de forma a torná-lo mais límpido.

Colheita seleccionada
Designativo previsto na lei que só pode ser atribuído a vinhos VQPRD e Regionais que apresentem características organolépticas destacadas e um teor alcoólico igual ou superior (em 1% vol.) ao limite máximo fixado. Obriga à indicação do ano de colheita.

Comissão vitivinícola
Entidade responsável pelo controlo da produção e da qualidade dos vinhos regionais ou com determinada denominação de origem, entre outras funções.

Cordão
Técnica de condução das vinhas, considerada como um desenvolvimento da cruzeta, embora a forma de suportar videiras se assemelhe à dos bardos. Tal como nestes, a estrutura de suporte é constituída por linhas de esteios nos quais são colocados arames que servem de apoio à parte vegetativa e produtiva das videiras.

Curtimenta
Técnica de vinificação geralmente usada para a obtenção dos vinhos tintos, em que o mosto fermenta em contacto com o bagaço. 

D
Decantação
Processo no qual o vinho é vertido para dentro de um recipiente próprio, decantador, com o objectivo de o separar dos sedimentos que se depositaram no fundo da garrafa. Geralmente são decantados os vinhos tintos velhos. Esta operação é também realizada antes da fermentação do mosto para ajudar na clarificação dos vinhos brancos, é realizada com ajuda de um sistema de refrigeração para evitar que a fermentação se inicie. Este processo demora cerca de 24 a 48 horas.

Denominação de Origem
Conceito aplicado a certos vinhos, cuja originalidade e individualidade estão ligados a determinada região. As castas utilizadas, os métodos de vinificação e as características organolépticas são alguns dos elementos cujo controlo permite a atribuição de denominação de origem.

DOC
Denominação de Origem Controlada, sigla que, na União Europeia, se utiliza em Portugal e Itália. Obtiveram este estatuto os vinhos provenientes das antigas regiões demarcadas.

Desengaçar
Operação de separação dos bagos de uva do cacho (engaço). Pode ser efectuada à mão ou mecanicamente e é de grande importância em especial na obtenção de vinhos branco.

Destilação
Técnica que permite separar, numa mistura alcoólica, o álcool dos restantes componentes, através da sua evaporação, por aquecimento, e posterior condensação, por arrefecimento. Operação que permite obter aguardente a partir do vinho.

Dióxido de Carbono
O dióxido de carbono, ou anidrido carbónico é um composto químico composto por dois átomos de oxigénio e um de carbono.Estruturalmente o dióxido de carbono é constituído por moléculas de geometria linear e de caráter apolar. Por isso as atrações intermoleculares são muito fracas, tornando-o, nas condições ambientais, um gás.
Os animais ao respirarem retiram oxigénio da atmosfera e o devolvem na forma de dióxido de carbono. Por outro lado, as plantas retiram este gás do ar e utilizam-se na fotossíntese. Este processo denominado de ciclo do carbono é vital para a manutenção dos seres vivos.

Doce
Vinho cujo teor de açúcar residual é igual ou superior a 45g por litro. 

E
Engaço
Parte lenhosa do cacho que serve de suporte aos bagos. Quando não é removido após vindima, confere aos vinhos aromas e sabores herbáceos.

Enologia
Ciência que estuda o vinho nas suas múltiplas facetas, desde os constituintes químicos da uva até à vinificação e ao produto final, vinho.

Envelhecimento
Evolução dos vinhos com o tempo, ao longo do qual as suas características se alteram, positiva ou negativamente.

Enxertia
Operação que consiste em associar duas estruturas vegetais, de forma a obter uma nova planta. Em viticultura, a enxertia é feita em pé de videira resistente à filoxera.

Enzimas
Substâncias orgânicas produzidas pelas células capazes de actuar como catalisadores numa reacção bioquímica
.

Escanção
Profissional de hotelaria especialista em vinhos. Num restaurante aconselha os clientes e serve-os.

Escolha
Designativo previsto na lei, reservado a VQPRD e Vinhos Regionais que apresentem características organolépticas destacadas.

Esmagamento
Operação que consiste em provocar a ruptura das películas e triturar a polpa das uvas, para delas extrair o máximo de sumo.

Especiarias
Aromas e sabores presentes nalguns vinhos que evocam estes géneros alimentícios (pimenta, canela, açafrão…).

Estabilização
Operações realizadas antes do engarrafamento, com o objectivo de eliminar películas (põe ex. tartaratos) que mais tarde poderiam aparecer na garrafa.

Estágio
Período durante o qual o vinho permanece armazenado em garrafa ou pipas em madeira. As melhores pipas para estágio são feitas de madeira nova de carvalho. No entanto, mesmo estas perdem as suas qualidades ao fim de 2 ou 3 anos.

Etanal
Tem origem no principal álcool do vinho, o etanol. Corresponde à primeira etapa da oxidação do vinho e é normalmente detectável pelo aroma característico a maçã oxidada.

Extracto seco
Corresponde às partes sólidas do vinho. É o factor responsável por aquilo a que se pode chamar de vinhos "leves" ou "espessos" consoante tenham pouco ou muito extracto seco.

F
Fermentação alcoólica
Processo de transformação dos açúcares presentes no mosto em álcool, através da acção das leveduras. É importante que a temperatura se mantenha dentro de determinados valores, já que, se for muito baixa, a fermentação não acontece e, se for muito elevada, as leveduras são destruídas. É a fermentação alcoólica que converte o sumo de uva em vinho.

Fermentação maloláctica
Processo de transformação do ácido málico em láctico, através da acção de bactérias, que permite reduzir a acidez dos vinhos. No caso de alguns vinhos brancos ou na sua maioria, esta segunda fermentação deve ser evitada, por contribuir para uma diminuição excessiva da acidez e dos aromas primários.

Filoxera
Insecto que ataca as videiras, provocando a sua destruição. Embora também afecte as folhas das videiras, é sobretudo ao nível das raízes que os estragos são mais graves.

Filtração
Processo de limpeza do vinho antes do engarrafamento por forma a impedir a existência de partículas em suspensão. Este processo habitualmente não é utilizado nos vinhos tintos, com excepção dos de consumo corrente, sendo no entanto indispensável nos brancos.

Final de boca
Gosto que um vinho deixa na boca depois de bebido ou provado. Pode ser longo ou curto, consoante esse gosto permanece durante mais ou menos tempo.

Floral
Aromas que evocam o perfume de flores (rosa, violeta, madressilva…).

Fresco
Diz-se de um vinho que, pela sua acidez natural, transmite uma sensação de frescura.

Frutado
Aroma e sabores a frutos (citrinos, tropicais, silvestres…). 

G
Garrafeira
Designativo previsto na lei, atribuído a vinhos que apresentem características organolépticas destacadas e um teor alcoólico mínimo de 11,5%vol. Obriga ainda, no caso dos tintos, a um envelhecimento mínimo de trinta meses (12 dos quais em garrafas) e, no dos brancos, a um envelhecimento mínimo de doze meses (seis dos quais em garrafa). Apenas pode ser usada para os VQPRD e vinhos regionais e implica a indicação do ano de colheita.

Gás Carbónico
Gás produzido durante os processos de fermentação, mas que também pode ser adicionado aos vinhos (Co2).

Guarda
Vinho de vinho apto por envelhecimento em garrafa.

Guyot Duplo
Forma de condução da videira, constituída por um tronco de dois braços, em que cada um deles sustenta um talão curto e uma vara longa. 

H
Harmonioso
Termo utilizado quando os componentes de um vinho se encontram bem equilibrados, nomeadamente no que respeita à relação acidez-álcool.

Herbáceo
Termo aplicado ao gosto a erva deixado na boca nos vinhos feitos sem desengace. Algumas castas apresentam também componentes aromáticas herbáceas ( ex: Cabernet ).

I
Impetuoso
Vinho de aroma e sabor intensos, mas com um final de boca curto.

IPR
Indicação de Proveniência Regulamentada. Os vinhos com esta designação poderão obter a classificação DOC se cumprirem determinadas regras de qualidade.

J
Jovem
Termo utilizado quando se encontram nos vinhos características furtadas e frescas. Ao contrário do que acontece com os tintos, a maioria dos vinhos brancos são engarrafados jovens.

L
Lagaretas
Antigos lagares talhados em rochas graníticas encontrados nalgumas zonas, como, por exemplo, na região do Dão cuja real função ainda está em discussão pensa-se que teriam sido utilizados no fabrico de vinho ou de azeite.

Lágrima
Fio que escorre pela parede interna do copo (quando se faz girar o liquido) característico de vinhos ricos em álcool e glicerina.

Latada
Forma de condução alta da vinha muito vista na Região Vinhos Verdes, mas também usada no dão as videiras crescem ao longo das armações metálicas (ou de madeira) e arame que estão colocadas, na horizontal, sobre pilares.Estas estruturas encontram-se normalmente ao longo de caminhos, em largos, ou mesmo nos campos. A sua principal vantagem reside no facto de permitirem aproveitar áreas que partida, seriam imperativas (como no caso dos caminhos) e, por outro lado, aumentar a capacidade produtiva dos espaços (quando são construídas nos campos, sobre outras culturas).

Leve
Vinho pouco alcoólico e com pouco corpo.

Leveduras
Micro organismos unicelulares, responsáveis pelo processo de fermentação alcoólica.

Licoroso
Vinho com elevada graduação alcoólica e que, em geral, contém uma quantidade significativa de açucares, que decorre do facto de a fermentação ter sodo interrompida pela adição de aguardente.

Ligeiro
Termo utilizado para descrever a pouca estrutura de um vinho ou de alguma das suas características. Pode ser um aspecto positivo em vinhos brancos jovens.

Límpido
Vinho sem partículas sólidas em suspensão.

Longo
Diz-se de um vinho quando o final de boca é persistente. O contrário de curto.

M
Maceração
Contacto das partes sólidas dos cachos com o mosto, com o objectivo de extrair delas as suas propriedades.

Maceração pelicular
Termo utilizado nos vinhos brancos quando para uma maior extracção de aromas se mantém as películas em contacto com o mosto antes da fermentação.

Macio
Sensação de suavidade ou aveludado na boca. No caso de vinhos doces, também se usa o termo “macio” para falar dos açúcares residuais.

Manta
Partes sólidas do cacho que vêm à superfície do mosto durante o processo de fermentação dos vinhos tintos.

Matéria corante
Elementos existentes na película, casca, das uvas e que transmitem a côr ao vinho tinto. No caso das uvas 
tintureiras encontram-se também na polpa.

Maturação
Período de amadurecimento das uvas onde a acidez vai baixando aumentando os teores de açúcar. Este período tem uma duração de sensivelmente 45 dias. As uvas dizem-se maduras quando existe um equilíbrio entre açúcares e ácidos.

Meio-doce
Vinho cujo teor de açucares residuais excede o estipulado para os meio-secos e atinge um máximo de 45g/l.

Meio-seco
O mesmo que adamado. Vinho cujo teor de açucares residuais excede os valores referidos para os secos e atinge o máximo de 12 g/l.

Meloso
Sabor a mel que se manifesta nalguns vinhos licorosos. Também se pode verificar nalguns vinhos.

Monda precoce
Processo destinado a aumentar a concentração e qualidade dos cachos de uvas através da eliminação de uma percentagem de cachos por cepa quando estes ainda se apresentam em formação, meados de Junho. 

Mosto
Líquido que resulta do esmagamento das uvas. Após a fermentação, dá origem ao vinho.

N
Nariz
O nariz do vinho é o seu bouquet ou aroma, dependendo do seu estado de maturação. 

Neutro
Vinho sem características distintivas.

O
Oídio
Doença que ataca a vinha durante a Primavera sendo provocada por um parasita que ataca as folhas e as uvas, sendo que no entanto as uvas sofrem mais. Para combater esta doença foram utilizados no século XIX bacelos americanos que acabaram por contribuir para o alastrar da filoxera.

Organolépticas
Diz-se das características de um vinho perceptíveis através dos sentidos, como a cor, o aroma e o sabor.

Ovos Podres
Cheiro característico do ácido sulfídrico. 

Oxidação
Processo de transformação do vinho através do contacto com O2.

Oxidado
Vinho que perdeu as suas qualidades devido a um contacto excessivo com o ar. 

P
Passado
Vinho demasiado envelhecido e que, por isso, perdeu qualidades.

Pedúnculo
Pé, haste ou suporte da flor ou do fruto.

Películas
Casca das uvas. É o "reservatório" de elementos importantes para a constituição de um vinho como a matéria corante, os taninos e componentes aromáticos em como dos ácidos orgânicos.

Persistência
Duração das sensações deixadas pelo vinho no nariz e na boca.

Pettilant
Levemente gaseificado.

Petit château
Vinho de uma única propriedade de bordeaux que não é, oficialmente, classificada.

Plenitude
Estado de evolução máximo do vinho, em que as qualidades se encontram no ponto elevado do seu desenvolvimento. Após a plenitude, o vinho entra em decadência.

Podridão
Nome dado as uvas apodrecidas devido a acção de fungos. Este apodrecimento ocorre, geralmente, devido a condições adversas durante o período de maturação, como a chuva e o nevoeiro.

Podridão nobre
Estado causado pelo fungo botrytis cinerea; a acção deste fungo pode ser devastadora, mas, neste caso, sob determinadas condições climatéricas, tem um efeito benéfico, produzindo uvas com maior concentração de açúcar, que assim originam vinhos doces.

Precipitação
Deposição, no fundo da cuba, das partículas em suspensão, por acção da gravidade.Precipitação tartárica – Precipitação dos tartaratos, presentes nos vinhos novos, que pode ser provocada artificialmente pela acção do frio.

Prensagem
Processo que, durante a vinificação, tem por objectivo separar a parte líquida das partes sólidas.

Prova
Apreciação subjectiva dos vinhos, recorrendo aos órgãos sensoriais (visão, olfacto e paladar). 


Prova cega
Prova de degustação na qual a identidade dos vinhos em apreciação é escolhida. Não é revelada a marca, nem o ano de colheita, para que os provadores não se deixem influenciar por estas informações, fazendo apenas uma avaliação qualitativa do produto que estão a apreciar.
R
Redução
Processo de envelhecimento do vinho em garrafa, sem contacto com o ar. O contrário de oxidação.


Reduzido 
Quando o vinho se encontra muito tempo em ambiente privado de oxigénio, nomeadamente em cuba ou em barrica, pode adquirir alguns aromas de redução, do tipo ovos podres, borracha, pano molhado há muito tempo, couves. Caso não seja em dose muito elevada, o que poderá ser irreversível, este aroma desaparece com o arejamento (nas cubas e nas barricas) através de transfegas e no copo com a passagem de um para outro; também ajuda se colocar uma moeda de cobre no fundo do copo.

Rendimento
Define-se pela quantidade de vinho (expressa em hectolitros) por hectare de vinha. Os rendimentos máximos por hectare encontram-se fixados para cada VQPRD.

Reserva
Designativo previsto na lei, atribuído a vinhos que apresentem características organolécticas destacadas e um teor alcoólico superior pelo menos 0,5% vol. Ao teor mínimo obrigatório. A sua utilização obriga à indicação do ano de colheita e só pode ser usado nos VQPRD e nos vinhos regionais.

Retrogosto
Sensação gustativa e olfactiva final, que o vinho deixa depois da deglutinação ou expulsão. O mesmo que final de boca. 

S
Sabor a rolha
Aroma e gosto a mofo. Caracteriza uma alteração provocada por bactérias que se desenvolvem nas rolhas de cortiça.

Seco
Termo que caracteriza os vinhos com baixo teor de açúcar. Aplica-se quando um vinho tem no máximo, um teor de açúcares residuais de 4 gramas por litro ( ou de 9 gramas por litro, se a acidez total não for inferior, em mais de 2 gramas por litro, ao teor de açúcares).

Sedimentos
Partículas que se depositam no fundo das garrafas ou de outros recipientes. À medida que os sedimentos se vão depositando o vinho fica mais límpido.

Selo de garantia
Selo atribuído pela comissão vitivinícola que deve garantira genuinidade do produto.

Suave
Equilibrado, com pouca adstringência.

Sulfuroso
Aroma proveniente do uso excessivo com conservantes com enxofre (dióxido de enxofre e sulfitos) nos vinhos.

Sumo
Líquido extraído por prensagem das uvas frescas ainda não fermentadas.

Superior
Designativo previsto na lei, reservado a VQPRD e vinhos Regionais, que apresentam características organolépticas destacadas e um teor alcoólico superior em, pelo menos, 1%vol. ao limite legal fixado.

Surriba
Acto de escavar a terra para melhorar as suas condições de fertilidade. 

T
Tabaco
Odor vegetal picante, característico de alguns vinhos, que evoca especialmente o dos charutos havaneses. Em alguns tintos doces e rançosos, ou muito evoluídos pelo estágio, apresenta-se com o matiz de tabaco louro (cigarro inglês). 

Talha
Recipiente de barro cozido, utilizado no Alentejo para o fabrico do vinho. Estes recipientes bojudos e de vários tamanhos são revestidos no seu interior por pez, para que o vinho não entre em contacto com o barro. Os vinhos aí produzidos tomam a designação de "vinhos de talha". Continua a ser a forma como o viticultor alentejano elabora o vinho para seu próprio consumo, embora existam dois ou três produtores, com destaque para José de Sousa, em Reguengos, que produzem industrialmente com esta técnica. 

Tamboladeira
Recipiente de metal (muitas vezes de prata) que serve para examinar a transparência dos vinhos e prová-los. 

Taninagem
Correcção que se pode exercer na elaboração de variedades e de colheitas sem tanino. O tanino enológico de uma vindima, de um mosto ou de um vinho, melhora a vinificação e permite a floculação das proteínas no vinho. 

Tanino
Conjunto dos compostos fenólicos de um vinho, responsáveis pela sua cor, o seu aroma, a sua estrutura e muitas outras virtudes. Substância orgânica de sabor adstringente, contida nas películas e nas grainhas da uva. A madeira de carvalho dá também, durante o estágio, os taninos próprios do seu córtice vegetal. Distingue-se, por vezes, entre tanino doce ou suave (o dado pela uva) e taninos duros (os dados pela madeira de estágio). Os taninos naturais da uva exercem um poder protector e saudável sobre as artérias, contribuindo para evitar a formação da placa de ateroma ou gordura. Ao aumentar o nível de colesterol HDL do sangue, exerce uma acção benéfica, semelhante à proporcionada pelo azeite ou pelo peixe azul. Os últimos descobrimentos científicos permitiram-nos também avaliar o poder antioxidante de certas substâncias fenólicas contidas no vinho, como o resveratrol. Estas substâncias desempenhariam um papel modesto, mas não de desprezar na prevenção do cancro. 

Taninoso
Diz-se de um vinho rico em taninos. 

Tanoaria
Conjunto de tonéis. Profissão do tanoeiro. Oficina do tanoeiro.

Tanoeiro
Termo que designa a profissão daquele que fabrica ou conserta tonéis, pipas ou vasilhames semelhantes de madeira. 

Tanque
Recipiente metálico para vinificar, armazenar ou transportar mostos e vinhos.

Tartaratos
Cristais de ácido tartárico que se formam por acção do frio. Em vinhos não estabilizados pelo frio podem formar-se no fundo da garrafa, não sendo isso um factor negativo. Podem ser bitartaratos (bitártaros de potássio, também chamados tártaros) ou tartaratos (tartaratos de cálcio). 

Tartárico
O principal ácido componente do vinho, procedente da uva. 

Tartarização
Nos lagares antigos e mal equipados, operação de revestimento dos depósitos de cimento mediante ácido tartárico com o objectivo de evitar a migração do cálcio para o vinho. 

Temperado
Diz-se de um vinho que permaneceu um certo tempo num quarto para chegar à temperatura desejada no momento do consumo. 

Temperatura
Processo que consiste em manter a temperatura de fermentação dentro de limites que permitam o melhor aproveitamento dos aromas das uvas. São variados os processos usados, mas é indispensável quer nos brancos, quer nos tintos. Um bom estágio dos vinhos necessita de temperaturas baixas e constantes. As temperaturas de serviço dos vinhos variam dos 9ºC ou 10ºC, de um vinho branco, aos 14ºC, de um vinho tinto jovem, ou dos 16ºC, 17ºC ou 18ºC, dos vinhos tintosmais velhos. Os espumantes devem ser servidos entre 6 e 8 graus. 

Tenaz
Utensílio, inventado na região do Douro, utilizado para abrir garrafas de vinho do Porto muito velho, cuja rolha não se encontra em condições de ser retirada com um vulgar saca-rolhas. A extremidade inferior da tenaz, depois de fortemente aquecida no fogo, abraça o pescoço da garrafa logo abaixo da rolha, por alguns momentos. De seguida, retira-se a tenaz e deita-se água fria sobre o pescoço da garrafa, que de imediato partirá no local onde foi apertado pela tenaz. Retira-se a parte do pescoço com a rolha e o vinho está pronto a servir. 

Tenacidade
 
Persistência dos produtos de tratamento sobre os órgãos a proteger. 

Título alcoolmétrico volúmico
 
Número de litros de etanol contido em 100 litros de vinho. Ambos os volumes são medidos a 20ºC; é uma percentagem que se exprime com o símbolo "% vol". 

Termolização
Engarrafamento a quente (45ºC ou 55ºC). 

Termorregularização
Técnica que utiliza a refrigeração ou o aquecimento das cubas para baixar ou elevar a temperatura dos mostos, o que permite travar ou activar a fermentação alcoólica, provocar a fermentação alcoólica, a maloláctica, dominar os aromas, etc. 

Termovinificação
Técnica que assegura o domínio das temperaturas durante a vinificação, que consiste em aquecer a vindima tinta para acrescentar a extracção das matérias corantes. 

Terpénico
Odor denso e profundo, com origem em determinadas moléculas aromáticas contidas em algumas uvas e nos seus vinhos (riesling, gewürztraminer, moscatel, etc.). Recorda, por vezes, a casca do limão; mas pode evoluir com o estágio para surpreendentes aromas a petróleo, a nafta ou a hidrocarboneto. Os compostos terpénicos encontram-se sob diversas formas, em estado livre ou como precursores de aromas (ácidos terpénicos, álcoois terpénicos tais como o geraniol, o linalol ou o nerol,aldeídos, acetonas, ésteres, óxidos terpénicos). 

Terroso
Com aroma ou sabor a terra, do solo de onde veio a uva, característico dos vinhos de uvas maduras de Cabernet e Merlot. 

Tina
Recipiente de madeira, cimento, ou aço inoxidável para fermentar ou armazenar vinhos. 

Tirosina
Enzima da uva que, no caso de oxidação, pode provocar uma instabilidade do vinho (turvação, alteração do sabor e do cheiro). 

Tirosol
Álcool feniletílico que dá aos vinhos um odor a mel ou a cera e deixa um gosto ligeiramente amargo. 

Tisana
Odor que recorda o das tisanas, descoberto em alguns vinhos evoluídos. 

Tonel
Recipiente grande de carvalho ou de castanho com uma capacidade de 600 l ou 900 l, para o armazenamento dos vinhos e, por vezes, da sua fermentação. 

Torrado
Carácter específico que a podridão nobre proporciona aos vinhos licorosos e que se traduz por aromas doces (mel, caramelo toffee, pastelaria).
Odor empireumático que recorda o dos frutos secos torrados (amêndoas, avelãs), dos grãos torrados (café), do pão torrado. 

Torrefacção
Odor empireumático dos grandes vinhos a torrado, que recorda o das substâncias submetidas a um fogo intenso (por exemplo, cacau, café, tabaco). Sabor muito característico de vinhos estagiados em pipa, cujas aduelas foram queimadas. 

Trabalhar
Falando-se de um vinho, fazer remontagens ou mergulhar a manta ou chapéu durante as fermentações de tintos, ou efectuar um fermentação secundária em cuba, em pipa ou em garrafa.
Diz-se que um vinho efervescente trabalha quando desprende bolhas de gás carbónico no copo. 

Transvase
Fazer passar um vinho de um recipiente para outro. 

Transfega
É a operação que consiste em arejar e separar, num vinho límpido, os depósitos que constituem as borras ou lias. 

Trasfegar
Separar um vinho das suas borras sedimentadas, por trasfega de uma pipa para outra (operação que se pode efectuar por circulação ou por bombagem).
Esvaziamento de um recipiente vinário levando o vinho para outro.
Medir a capacidade de uma cuba por trasfega, durante a verificação com a vara. 

Tronco
Caule da cepa entre a raiz e os braços. 

Trufa
Odor vegetal aromático, que recorda o odor forte da trufa branca e o odor mais frutado da trufa preta, descoberto nos vinhos nobres ou menos evoluídos. 

Tulipa
Copo de cristal que tem a forma de uma tulipa, alto com a boca estreita, utilizando-se para os vinhos espumosos. 

Turvação
Falta de transparência de um vinho devido à presença de partículas em suspensão. Diz-se de um vinho turvo, velado. 

Turvado
Diz-se de um vinho turvo, afectado por casses que lhe dão uma aparência leitosa.
Diz-se de um vinho velado, turvado por colóides instáveis em forma de flocos. 

U
Untuoso
Vinho rico em glicerol, suave e macio ao paladar. Se for, simultaneamente, rico em álcool, produzirá lágrimas no copo.
Diz-se de um vinho suave, que tem corpo sedoso (que provém do carácter gordo de um vinho tinto ou do açúcar residual contido num vinho branco). 

Uva
O nobre fruto da Vitis vinifera que serve para elaborar o vinho. É composto pelo engaço e pelo bago da uva, com a película, a polpa e as grainhas. 

V
Varietal
Aroma e sabor próprios da cepa que deu origem ao vinho. A complexidade varietal está relacionada com a nobreza de certas cepas muito apreciadas, como a Cabernet Sauvignon, Riesling, Chardonnay, Pinot Noir, Gewürztraminer, Sauvignon Blanc, Moscatel, Tinta Roriz, etc.

Vegetal
Aroma e gosto próprio de certas plantas (tília, tabaco, chá, acácia, folha de vinha desfeita, macela). Geralmente são odores florais ou arbóreos. 

Verde
Diz-se da cor ou dos matizes esverdeados de alguns vinhos brancos.
Diz-se de um vinho muito nervoso, ácido.
Vinho Verde, denominação de origem controlada.
O sabor a verde é um sabor herbáceo, que significa um defeito descoberto num vinho. 

Verniz
Odor característico nos vinhos muito velhos ou nos destilados, fruto de uma oxidação alcoólica depois de um longo envelhecimento em madeira. Mas pode acontecer, por vezes, que tenham sido as aguardentes e os vinhos (ou os copos!) a estar em contacto com madeiras envernizadas.

Véu
Película composta por uma proliferação de microrganismos que se desenvolvem dentro das pipas, na superfície dos vinhos. O mais comum é o que se chama véu da flor.

Videiras
Todas as videiras, selvagens ou cultivadas, pertencem ao género Vitis, que compreende várias dezenas de espécies que formam três grupos distintos por causa das suas características gerais. A videira europeia compreende uma só espécie: a Vitis vinifera, e ocupava, antes do seu cultivo, um espaço situado entre a Ásia Central e o Oceano Atlântico. As videiras americanas, situadas na América do Norte, incluem numerosas espécies. Entre elas, situadas a leste das montanhas Rochosas, cresce a espécie frutífera, Vitis labrusca. Algumas das suas variedades e híbridos cultivam-se actualmente a leste do Canadá (Ontário) para a produção de uva e de vinhos. Na zona central, existem espécies resistentes à filoxera que se utilizam como porta-enxertos (Vitis riparia, Vitis rupestris); no Norte, Vitis rotundifolia e Muscadine Grap dos americanos, que geneticamente é diferente; a oeste das Montanhas Rochosas existem outras espécies que só têm interesse ornamental; finalmente, nas Caraíbas e na América Central existem algumas espécies tropicais. As videiras asiáticas da China e do Japão formam um grupo diferente, sem qualquer interesse económico. As videiras virgens pertencem a outras classes e entre elas conhecem-se duas espécies ornamentais: a Parthenocissus quinquefolia e a Parthenocissus tricuspidata

Vigor
Constituição de um vinho que oferece uma impressão de solidez nos seus componentes, como se tivesse uma verdadeira armação, firme e substancial.

Vinagre
Quando o álcool se transforma em ácido acético, o vinho torna-se vinagre. Cheira como o ácido acético (odor de vinagre de álcool) e, sobretudo, o de um dos seus ésteres, o acetato de etilo (odor a dissolvente de verniz de unhas). O vinho pode também envinagrar em consequência de um acidente ou de um doença.

Vindima
Utilizada no singular, esta palavra significa as próprias uvas. Quando se utiliza no plural significa a colheita dos cachos da uva quando alcançaram o seu grau óptimo de amadurecimento. Diz-se também do conjunto dos cachos quando chegam ao lagar depois de colhidos. Para a qualidade do futuro do vinho, é muito importante a escolha exacta da data da vindima, que é determinada pelas condições climatéricas.

Vindima fraccionada
Vindimas sucessivas submetidas à selecção; as selecções sucessivas de uma vindima. 

Vinha
Terreno plantado com videiras.

Vinhedo
Conjunto de vinhas cultivadas numa região, num país.

Vinho
Produto obtido exclusivamente pela fermentação alcoólica total ou parcial da uva fresca, pisada ou não, ou então do mosto de uvas frescas, cuja graduação alcoólica adquirida não pode ser inferior a 8,5%, que deve ser bebível e adequada para o consumo, elaborada conforme a lei. 

Vinho de Gota
Vinho produzido a partir do mosto da gota que se obtém com o primeiro esmagamento ou com a primeira prensagem das uvas. É também chamado vinho de lágrima ou vinho-flor.
Vinho que escorre por gravidade da cuba de vinificação. 

Vinho de Lote
Constituído a partir da mistura de vários lotes de vinho, por vezes com características e proveniências diversas, de modo a conseguir-se o lote pretendido. 

Vinho de mosto
Vinho jovem engarrafado no fim da fermentação e que contém matérias em suspensão.
Vinho branco novo, gasoso e turvo por causa da borra, engarrafado em plena fermentação. 

Vinho de Prensa
Vinho que se obtém quando se faz a última prensagem das uvas (compressão do bagaço). É normalmente muito taninoso e apenas se deve usar para lotar com outros vinhos.

Vinho Generoso
Vinho licoroso fabricado a partir do abafamento da fermentação com aguardente vínica de modo que o vinho mantenha uma certa qualidade de açúcar. Em Portugal são produzidos o vinho do Porto, da Madeira, de Carcavelos, Moscatel de Setúbal e Moscatel do Douro.

Vinho Regional
Designação atribuída a vinhos produzidos na região que vem associada ao termo "vinho regional". Este tipo de vinhos não cumprem certas obrigações respeitantes às castas recomendadas para a região em causa pelo que não podem ser designados de VQPRD. Esta destinção não significa no entanto que sejam produtos de menos qualidade.

Vinho Varietal
Vinho elaborado com uma só variedade nobre, ou com um domínio absoluto desta cepa.

Vinho Verde - Denominação de Origem
Uma das mais antigas regiões vinícolas de Portugal. É também a maior em área e na produção de vinho. São 70 000 hectares de vinha distribuídos por cerca de 100 000 viticultores que produzem branco e tinto em percentagens quase iguais. Está dividida em nove sub-regiões (Monção, Lima, Cávado, Basto, Ave, Amarante, Sousa, Baião e Paiva) e aqui se produz entre outros o célebre vinho Alvarinho originário da região de Monção. As outras castas que têm vindo a trazer fama a esta região são as brancas, Loureiro, Trajadura, Pedernã (Arinto) e Azal.

Vinícola
Relativo à produção do vinho.

Vinífera
Variedade de cepa que se utiliza para vinificação.

Vinificação
Conjunto de operações necessárias para transformar as uvas em vinho. Existem dois tipos de vinificação: vinificação em tinto e vinificação em branco e em rosado. A vinificação em tinto distingue-se da vinificação em branco pelo facto de a espremedura só ocorrer após a fermentação; no segundo caso, esta operação tem lugar o mais cedo possível, sobre a uva fresca; não há trocas entre a matéria sólida e o sumo propriamente dito. O vinho obtido terá pouca ou nenhuma coloração e será menos rico em tanino e em outros elementos dissolvidos no decurso da maceração. No caso da vinificação em tinto o mosto ficará em contacto com as matérias sólidas da vindima, particularmente ricas em tanino, em matérias corantes, aromáticas, minerais e azotadas. Estas substâncias dissolvem-se no mosto em maior ou menor proporção e, em seguida, no vinho.

Vinificador
Pessoa encarregada de elaborar vinhos.
Aparelho que serve para a vinificação dos vinhos tintos.

Vinoteca
Lugar (adega, reserva, móvel) em que se conservam os vinhos, onde se coleccionam, por vezes, as garrafas muito antigas ou raras. 

Violeta
Odor floral muito agradável, que recorda o exalado pelas violetas, dado pela ionona, que pode ser detectada em certos vinhos. 

Viticultor
É a pessoa que se dedica ao cultivo e colheita da vinha. Por vezes, também vinifica, elabora e estagia o vinho, o que pressupõe uma participação directa em todos os trabalhos e um contacto permanente com a vinha e com o vinho. É muito importante que um produtor conheça o mundo da viticultura e nele esteja inserido. Mas é igualmente decisivo que o viticultor tenha consciência de que cultiva uva para elaborar vinho e saiba assim procurar as suas melhores qualidades. 

Viticultura
Cultivo da vinha. Ciência que estuda o conjunto de processos de instalação e manutenção da vinha.

Vitivinicultor
Proprietário de vinhas que elabora o seu próprio vinho.

Vitis vinífera
Designação genérica atribuída à vide europeia independentemente da sua casta
.
Volátil
Que se transforma facilmente em vapor.
Ácido volátil: devido ao vinagre (ácido acético) e ao acetato de etilo. 

Volta
Doença dos vinhos de origem bacteriana (bactérias lácticas que degradam o ácido tartárico), caracterizada por uma cor pardacenta, uma turvação, um odor a acetato e uma perda de ácido tartárico. 

Volume
Capacidade de um recipiente. A lei obriga a indicar o conteúdo das cubas para controlar o volume dos vinhos que se guardam na adega. Os rótulos devem também indicar o conteúdo das garrafas.
Sensação de encher por completo a boca produzida por um vinho (volume de boca).

VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada)            
Nomenclatura comunitária adoptada também no nosso país, após a adesão. Esta designação engloba todos os vinhos classificados como DOC e IPR.

Z
Zimbro
Odor balsâmico característico dos bons vinhos tintos velhos que evoca o das flores de zimbro, das bagas de zimbro ou da aguardente que se extrai delas (genebra).
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