Azamor PV 04 05 06 07

 Azamor PV 04 05 06 07. Não, não são as coordenadas para um qualquer lugar secreto...Referimo-nos a uma prova vertical (porque só se aborda um vinho mas tendo em consideração diferentes anos) que teve lugar na Enoteca Douro - Quinta da Avessada-Favaios (a que votaremos um post pormenorizado mais tarde, mas cujo interior pode ser espreitado na foto ao lado), local distinto, pleno de charme, perfeito para este tipo de reuniões. Não é a primeira vez, nem será a última, que nos deliciaremos com a beleza clássica daquela Quinta, com as histórias, sabedoria e lições de Luís Barros (que com a colaboração do seu irmão, Miguel, dão alma a este projecto fascinante), com o perfume que emana dos velhos tonéis reconvertidos, tudo envolto numa luz, numa aura muito especial.

Regresso às origens...Valemesio Branco 2008

E aí está a primeira prova! E não podíamos começar de melhor forma: Valemesio Branco 2008 (9% vol.)Não, não estamos a ser irónicos! Quisemos começar a apresentação das nossas provas recriando a nossa primeira incursão no mundo dos vinhos…bem longe das grandes referências! Provavelmente, a maioria de vós está a ouvir pela primeira vez este nome Valemesio, e muito provavelmente não voltará a ouvir falar dele, mas como alega aquele grande filósofo dos Sábados à noite no Pirão (Convívio Bar), Mário Gonzaga, “é muito fácil gostar de vinho bom, difícil é gostar do mau”! Quanto à origem da garrafa não nos perguntem nada…quanto ao destino…o mesmo, o único, o de sempre…bebido até à última gota (ainda que o corpo ameace frequentemente entrar em falência generalizada)! 

´Dá-me mais vinho, que a vida é nada`

   ´Oh, mais um blog de vinhos!` À afirmação, onde se mostra presente um certo desencanto, foi proferida por um amigo quando lhe apresentamos esta ideia. ´Oh, mais um blog de vinhos!` Realmente, blogs de vinhos são coisa que abunda na blogsfera (e alguns deles bem interessantes). Então, para quê mais um? Porque parece-nos que existe uma grande distância entre o que se diz (apreciação) sobre o vinho e o que se lê, ou seja, aqueles que só agora começam a amanhecer para o mundo do vinho não percebem o que se escreve...E a culpa não nos parece que seja de quem lê, de quem quer mergulhar neste ´admirável mundo novo`(não de Huxley, mas de Baco e de Dionísio, mas também do tio Manel, do João Barbeiro ,donde colhemos grandes lições, e outros mais). Mais do que apresentar um linguajar técnico e erudito (falar de especialistas para experts, pelos quais não nos queremos fazer passar, embora o João Pires facilmente pudesse cumprir com o papel) o que queremos é comunicar sensações, partilhar experiências, despertar paixões para esta enorme paixão que é o vinho. O vinho como mais um de nós (one of us/wine of us), como um companheiro de noites que não deviam acabar, de jantares tardios, de tardes memoráveis, de momentos únicos mas que se querem repetir…sem a preocupação de pontuar, tentando apresentar vinhos de produtores menos conhecidos, embora também não se possam ignorar as grandes referências...e tentando sempre que se perceba o que é dito e, sobretudo, tentando fazer com que o que é dito seja convocável pelo bebedor ao abrir a garrafa. Para tanto pareceu-nos importante apresentar, à maneira de um glossário, um decanter linguístico e um decanter olfactivo. O blog será conduzido por nós (João Pires e Carlos Soares), mas contará com a frequente colaboração de alguns bons amigos, cúmplices nesta bem-aventurança que é o vinho. Não esquecendo nunca que abrir uma garrafa de vinho é sempre uma experiência pessoal, e que por isso mesmo, na sua apreciação, confluirão todas as experiências de cada um.

Sejam muito bem-vindos!