Post Scriptum de Chryseia_Expertize, Finesse e Respeito pelo Terroir

O vinho de que vos falamos agora fez parte do LBD ( e de resto, continua como recomendação da semana), tendo sido o que mais elogios arrancou: Post Scriptum de Chryseia 2008 (Prats & Symington, Lda), se quisermos, o "irmão" mais novo desse assombro que é o Chryseia (confidenciaram-nos que é feito a partir dos segundos lotes do "Dourado", que é o que significa Chryseia no grego clássico). E dizemos arrancou porque, efectivamente, as primeiras impressões não perspectivam o aplauso generalizado que o vinho recebeu a final. Mas antes de irmos ao néctar propriamente dito (obrigado, Ângela!), dizer que este vinho surge na sequência da muito feliz associação entre o enólogo Bruno Prats, esse distinto embaixador de Bordeaux, e a Symington Family Estates, iniciada precisamente com o "Dourado" no início deste século, como que anunciando um novo rumo para os vinhos do Douro.

Ao olhar o Post Scriptum (13,5% vol.) mostrou uma bonita cor púrpura, sem qualquer nuance de evolução, o que de resto também não seria de esperar, já que é de colheita recente (2008).

No nariz muita fruta fresca, morango, alguma cereja e uma atractiva pimenta (sim, chegou o momento de correr para o armário da cozinha e inspirar...). De salientar a subtileza com que a madeira se revela, finamente integrada, transportando consigo um perceptível toque a café (se ainda está na cozinha...aproveite e faça um café...o cheiro que inspira agora, permitir-lhe-á  identificar mais tarde esta nota no vinho).

Na boca a entrada é feita sem muito alarido, é dizer, sem dar azo a grandes expectativas (que nos tinha deixado o exame olfactivo), com volume médio a confirmar toda a fruta que o nariz nos tinha mostrado e a terminar (agora sim, superando todas as "promessas" que tinha deixado quando cheirado) num especialmente longo (e absolutamente delicioso) final de boca, revelando toda a sumptuosidade e fineza da integração da madeira, num conjunto muito equilibrado.

Nota de Prova: Este blog não dá notas de prova...certo e sabido! Foi unânime a consideração deste como o vinho da noite. Estamos, com efeito, perante uma garrafa que, não sendo propriamente barata, faz inveja a outras bem mais pretensiosas... aquelas cuja pretensão se revela sobretudo no preço!

O Post Scriptum é sinónimo de elegância, extrema elegância, e esta é, inegavelmente, sinónimo de Bruno Prats e, porque não dizê-lo, de uma certa finesse bordalesa...mas sempre respeitando o terroir (conjunto de factores que definem uma região e que, como se crê, é possível reflectir no vinho, tais como: solo, exposição solar, flora, microfauna, micro clima...) Duriense, um dos melhores do mundo, nas palavras daquele celebrado winemaker.

Preço: 12,50€