Terá um Douro para ser um verdadeiro Douro de ser um vinho duro, musculado e muito extraído?
A esta pergunta dá o Poeira 2008 uma rotunda negativa. O Poeira é de facto um anti-terroir para aqueles que associam o Douro a vinhos pujantes e hiper-concentrados. O Poeira é sobretudo equilíbrio, harmonia, suavidade e elegância..., mas uma elegância que se alia a uma bela estrutura (marca registada dos vinhos da nossa região)...e portanto, mais do que um Douro é uma referência do Douro e dos grandes vinhos que se fazem em Portugal...Mas não nos adiantemos!
Poeira 2008 (14,5%)
Ruby intenso no copo, belíssima cor.
No nariz extremamente complexo e fresco (especiarias, flores, fruta fresca e madura), barrica superiormente integrada, um discreto toque de noz, tudo envolvido em profunda elegância e suavidade.
Na boca uma palavra: finesse... a palavra néctar utiliza-se aqui com toda a propriedade: entrada muito elegante, como não podia deixar de ser, com o meio de boca a trazer-nos a fruta, as especiarias e a frescura que o nariz já tinha agarrado, tudo a explodir num final longo, delicado e persistente.
Preço: 30€
Nota de Prova: Um dos melhores vinhos que já passou pelo Wine of Us! Jorge Moreira (Poeira, De la Rosa e agora também Real Companhia Velha) tem conseguido, ano após ano, ir contra a lógica instituída (se bem que outros vinhos superiores do Douro também tenham abandonado a clássica dureza) deixando-nos um grande Douro, mas um Douro fino, elegante, delicado e suave...Como se ouviu no Bairro, na véspera do Encontro com o Vinho (Revista de Vinhos): "Com uma garrafa destas só largava o biberão aos 50 anos!" Se é que se largava!
Não podíamos terminar esta review se deixar um profundo agradecimento ao Mário Silva (Prazeres Requintados) pela forma calorosa e amiga com que nos recebeu...Não perdes pela demora, caro amigo!
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