Num final de tarde que começa já arrastar o cheiro do Verão, com o céu aparecer em fogo por entre um punhado de nuvens, depois de feitas as apresentações, já que alguns convidados para a prova ainda não se conheciam, fomos conhecer os vinhos, que seriam a estrela daquele fim tarde/início de noite: o Petit Verdot (um mono varietal que emerge da casta com o mesmo nome) da Herdade do Azamor, (Kilburn & Gomes) propriedade constituída por duas herdades (Zambujal e Rego), apresentando um total de 260 hectares dos quais apenas 27 plantados com vinha. Nas vinhas, plantadas entre 2001 e 2002, podem encontrar-se as castas Touriga Nacional, Petit Verdot, Syrah, Alicante Bouschet, Trincadeira (também conhecida como Tinta Amarela), Merlot e Touriga Franca (algumas das castas já têm breve descrição na coluna ao lado). Actualmente os vinhos conhecem a consultadoria de Susana Esteban ainda que os vinhos provados tenham a expertise de David Baverstock (anterior enólogo consultor).
Feito este pequeno intróito, passemos aos vinhos:
- Azamor Petit Verdot 2004 (13,5% vol.): Este foi o primeiro vinho da tarde.
Ao olhar apresentou tons castanhos (a denotar evolução natural), mas ainda com alguns reflexos violetas, sobretudo quando agitado.
Quando levado ao nariz revelou, inicialmente, muita manteiga (um cheiro a gordura que podemos fazer equivaler a manteiga), avelã, geleias e especiarias, sobretudo uma ainda intensa pimenta (pense-se em casa, quando coloca pimenta num qualquer cozinhado, o cheiro que retém).
Quando levado à boca, entra redondo e cheio de uva passa (imagine-se a trincar uvas passas), perde um pouco de meio de boca, mas apresenta uma bela acidez (alguns dos convivas acharam nele um excesso de acidez) e um final bem logo (depois de engolido persiste na parte de trás da língua e boca, o chamado retrogosto), revelando em toda a linha uns taninos domados (nada agressivos, não deixando sensação de adstrigência ou aspereza na boca), muito suaves.
Ao olhar apresentou tons castanhos (a denotar evolução natural), mas ainda com alguns reflexos violetas, sobretudo quando agitado.
Quando levado ao nariz revelou, inicialmente, muita manteiga (um cheiro a gordura que podemos fazer equivaler a manteiga), avelã, geleias e especiarias, sobretudo uma ainda intensa pimenta (pense-se em casa, quando coloca pimenta num qualquer cozinhado, o cheiro que retém).
Quando levado à boca, entra redondo e cheio de uva passa (imagine-se a trincar uvas passas), perde um pouco de meio de boca, mas apresenta uma bela acidez (alguns dos convivas acharam nele um excesso de acidez) e um final bem logo (depois de engolido persiste na parte de trás da língua e boca, o chamado retrogosto), revelando em toda a linha uns taninos domados (nada agressivos, não deixando sensação de adstrigência ou aspereza na boca), muito suaves.
- Azamor Petit Verdot 2005 (14,5% vol.): Passámos depois para este 2005, com bastante expectativa porque foi um bom ano e uma muito boa vindima.
Ao olho já revela alguma evolução, apresentando tonalidade violeta carregada com algumas nuances acastanhadas (para as lady`s muito fácil de entender).
No exame olfactivo, fruta madura logo abrir, pimento, algum balsâmico, sendo que com o passar do tempo a fruta foi dando lugar à baunilha, avelã e um pouco de chocolate (a que não será alheia a barrica utilizada no estágio dos vinhos).
Na boca apresenta-se doce (será do álcool?) e gordo, com muita fruta (sobretudo se comparado com o de 2004), que foi perdendo com o passar do tempo, dando a fruta lugar à uva passa. Meio de boca médio, a terminar com alguma persistência.
Ao olho já revela alguma evolução, apresentando tonalidade violeta carregada com algumas nuances acastanhadas (para as lady`s muito fácil de entender).
No exame olfactivo, fruta madura logo abrir, pimento, algum balsâmico, sendo que com o passar do tempo a fruta foi dando lugar à baunilha, avelã e um pouco de chocolate (a que não será alheia a barrica utilizada no estágio dos vinhos).
Na boca apresenta-se doce (será do álcool?) e gordo, com muita fruta (sobretudo se comparado com o de 2004), que foi perdendo com o passar do tempo, dando a fruta lugar à uva passa. Meio de boca médio, a terminar com alguma persistência.
- Azamor Petit Verdot 2006 (14,5% vol.): O terceiro vinho da tarde foi este PV 06, que ao olho mostrou uma cor violeta muito intensa.
Quando cheirado sobressaiu a madeira (mas não excessivamente marcante) por entre a fruta madura, revelando ainda um toque herbáceo (ervas mesmo, mais difícil de identificar para aqueles que nos visitam a partir das grandes urbes) e um leve balsâmico, e muita frescura (a maior parte destes termos tem tratamento, ainda que breve, no decanter linguístico).
Quando levado aos lábios entra doce, revelando logo uns taninos bastante verdes e rudes, duros (forte sensação de aspereza na boca), algo desequilibrado (o que estará directamente ligado ao respectivo ano, muito quente e que deu origem a maturação, ou amadurecimento, desequilibrado: muito açúcar e fenólicos não completamente maduros).
Quando cheirado sobressaiu a madeira (mas não excessivamente marcante) por entre a fruta madura, revelando ainda um toque herbáceo (ervas mesmo, mais difícil de identificar para aqueles que nos visitam a partir das grandes urbes) e um leve balsâmico, e muita frescura (a maior parte destes termos tem tratamento, ainda que breve, no decanter linguístico).
Quando levado aos lábios entra doce, revelando logo uns taninos bastante verdes e rudes, duros (forte sensação de aspereza na boca), algo desequilibrado (o que estará directamente ligado ao respectivo ano, muito quente e que deu origem a maturação, ou amadurecimento, desequilibrado: muito açúcar e fenólicos não completamente maduros).
- Azamor Petit Verdot 2007 (14,5%): O último PV da noite, o mais jovem.
Ao olhar mostra uma cor ruby muito intensa (como os Vinhos do Porto mais jovens), quase púrpura, embora com alguns tons violeta.
No nariz apresenta-se ainda muito fechado, com o álcool a sobrepor-se à fruta (não foi fácil abstrair do álcool), mas depois a revelar algum tabaco e chocolate (toques dados pela madeira da barrica).
Na boca é fresco, com muita pimenta, taninos maduros mas ainda rugosos ( o que dá um toque adstrigente ou áspero, mas não de todo desagradável, porque não nos pareceu excessivo), fruta q.b., e talvez alguma falta de acidez. A beber já, com prazer, mas os que tiverem paciência só ficaram a ganhar porque o vinho tem apreciável potencial de envelhecimento.
Ao olhar mostra uma cor ruby muito intensa (como os Vinhos do Porto mais jovens), quase púrpura, embora com alguns tons violeta.
No nariz apresenta-se ainda muito fechado, com o álcool a sobrepor-se à fruta (não foi fácil abstrair do álcool), mas depois a revelar algum tabaco e chocolate (toques dados pela madeira da barrica).
Na boca é fresco, com muita pimenta, taninos maduros mas ainda rugosos ( o que dá um toque adstrigente ou áspero, mas não de todo desagradável, porque não nos pareceu excessivo), fruta q.b., e talvez alguma falta de acidez. A beber já, com prazer, mas os que tiverem paciência só ficaram a ganhar porque o vinho tem apreciável potencial de envelhecimento.
Preço: 15-20 Euros
No geral, todos os vinhos foram bastante elogiados, sendo que o que menos "mimos" recebeu foi o PV 04 e o que mais apreciadores convenceu foi o PV 06, embora para nós (João Pires/Carlos Soares) o PV 2007 fosse o mais apelativo!
Seguimos depois para um fantástico jantar de degustação no Cêpa Torta by DouroGourmet, em Alijó, onde uma mais vez o convívio, as gargalhasdas, e o bom vinho (provámos praticamente toda a gama da Quinta do Pôpa, prova a que dedicaremos também um post...mas mais lá para a frente!), tornaram memorável.
Resta-nos apenas a agradecer a todos os que fizeram destes momentos únicos, especialmente ao Luís e ao Miguel Barros pelo caloroso acolhimento, ao Mário Silva do prazeresrequintados.blogspot.com, cuja presença sempre nos enriquece, ao Stéphane Ferreira da Quinta do Pôpa (http://www.quintadopopa.com/), não só pelos vinhos que generosamente cedeu, mas sobretudo pela companhia e pela sábia partilha, ao Tó Ribeiro e ao Luís Almeida pelo serão magnífico que nos proporcionaram no Cêpa Torta (a que queremos dedicar um post o mais rápido possível), ao Mário Gonzaga, companheiro de sempre nesta e noutras "lutas", à Maria, à Rita, à Zara (Tawny!), à Gisela e ao Filipe.
E não se esqueçam...vinho bom é aquele de que gostamos, para além das notas, das características, nuances ou particularidades...vinho bom é aquele de que gostamos!
Nota de Prova: Este Blog não dá notas, partilha descobertas.
Nota de Prova: Este Blog não dá notas, partilha descobertas.
Magnifico post !!! Uma bela tarde, fim de noite de convívio e bem estar !!! Quanto à critica, sinto-me lisonjeado por ter amigos sábios como vós...
ResponderEliminarCaro Mário, a tua amizade é que muito nos honra!Esperamos poder contar contigo em próximas provas, partilhas!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQue dia maravilhoso! Apesar das vicissitudes provocadas por uma noite de excessos, só mesmo uma prova na Avessada, no convívio de tão grandes camaradas, para me animar. Quanto aos Vinhos, como sabem sou um suspeito para falar dos PV do Azamor, Gosto Muito. Mas, pela primeira vez fiz a prova vertical, apreciei particularmente o de 2005 e 2007.
ResponderEliminarMas, o melhor de tudo foi poder partilhar este momento com amigos, uns de há muito tempo, outros que o passaram a ser...
Até breve
Mário André Gonzaga
Nada acrescentar Mário...disseste tudo!Qto às tuas preferências...vão um pouco de encontro às nossas, se bem que o João tenha, inicialmente, gostado do 2004!
ResponderEliminarAté breve, companheiro!
Carlitos, o menino escreve tão bem que, mesmo que não perceba mt do assunto, gosto sempre de ler!
ResponderEliminarFelicidades para este novo projecto, vou continuar a espreitar :) A decoração, já agora, está muito bem!!!
Beijinhos, vizinho mais lindo!
Olá Anita, muito obrigado pelas palavras (demasiado generosas). Esperamos ver-te por aqui muita vezes!
ResponderEliminarBeijinhos